Cada vez mais planear a reforma passa a ser uma responsabilidade de cada um nós, pois, o nosso sistema de pensões poderá não estar presente na totalidade quando atingimos a idade da reforma. É uma verdadeira responsabilidade que deve ser transmitida aos nossos filhos para que estes não cometam os mesmos erros que nós cometemos em adiar o planeamento da nossa reforma.
Para todos nós e para o leitor em particular permita que o informe que deve começar a poupar para a reforma o quanto antes possível e se ainda não tem 20 anos então esta numa posição única para garantir um reforma dourada. Não se trata de possuir mais ou menos disponibilidade financeira para contribuir para a sua reforma, pois um jovem de 20 anos com apenas 50 euros por mês consegue amealhar muito mais para a reforma do que um adulto 40 anos com 150 euros mês. A regra é simples e deve-se à possibilidade de capitalização de juros ao longo de largos anos.
Exemplo Prático
Considere que possui 20 anos de idade e decide contribuir para o seu plano de reforma com 50 euros mensais até aos 40 anos. Fez umas pesquisas de mercado e garantiu um plano de poupança reforma que lhe garante uma rentabilidade média anual de 4% que até é bem modesta tendo em conta as possibilidades existentes em produtos de risco moderado.
Como só poderá beneficiar da sua reforma aos 60 anos irá permanecer 20 anos onde apenas beneficiará de juros, ou seja, entre os 40 e 60 anos de idade. De igual modo, um familiar com 40 anos de idade decide contribuir com 100 euros por mês até aos 60 anos no mesmo produto com a mesma rentabilidade. Assim temos, duas contribuições diferentes com o mesmo prazo de entregas mensais (20 anos) à mesma rentabilidade, variando apenas o prazo até à reforma, que no seu caso é de 40 anos e do seu familiar de 20 anos.
Resultado Final
A sua contribuição mensal de 50 euros permite-lhe obter mais de 4.000 euros na reforma do que a contribuição de 100 euros do seu familiar.
O poder da sua rentabilidade está no prazo que possui até à data da reforma, ou seja, 40 anos. Este prazo permite-lhe com uma entrega menor durante apenas metade do prazo até à reforma (20 anos) obter mais dinheiro que o seu familiar com uma entrega de 100 euros durante os mesmos 20 anos.
A diferença reside nas suas entregas que permanecerão mais 20 anos a render juros com capitalizações sucessivas, enquanto que as entregas do seu familiar irão render os juros até à data fim do plano de poupança. Sendo que, e com a exceção da primeira entrega, todas as restantes renderão menos de 20 anos de juros.
Mantenha as suas Contribuições
Agora imagine que mantém uma contribuição mensal de 100 euros até aos 60 anos de idade. Esta disciplina permitirá arrecadar entre capital e juros mais de 110.000 euros para a sua reforma.
Só por curiosidade, o seu familiar para garantir o mesmo montante na reforma terá que contribuir com mais de 300 euros mensais até aos 60 anos para a sua conta poupança.
Uma Dica Útil
Regra geral, o nosso vencimento aumenta com a idade permitindo que no futuro tenhamos mais rendimento disponível que no presente. Segundo esta regra, uma pequena estratégia de entregas mensais para o seu PPR permitirá garantir mais de 230.000 euros para a sua reforma. A dica é simples, ao fim de cada dez anos de contribuição dobre o valor da mesma por mais 10 anos. No nosso exemplo, dos 20 aos 30 anos efetuaria entregas de 100 euros mensais, dos 30 aos 40 anos aumentaria para o dobro, ou seja, 200 euros por mais 10 anos e assim sucessivamente até aos 60 anos.
Só por curiosidade, se ao invés de 4% de rentabilidade média anual se conseguir, com a sua estratégia de investimento, uma rentabilidade média anual de 6% e aplicar a mesma estratégia anterior, conseguirá garantir uma reforma com mais de 360.000 euros.
E os Depósitos a Prazo?
Se quer poupar para a reforma deve evitar colocar o seu dinheiro em depósitos a prazo. Mesmo os melhores depósitos a prazo têm um retorno muito inferior aos certificados de aforro ou outros produtos sem risco. Em última análise, não se esqueça que se vai investir para o longo prazo deve procurar assumir mais algum risco de modo a beneficiar dos retornos maiores em prazos mais alargados.