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Deixamos o artigo escrito pelo nosso Diretor-Comercial no site Idealista:

Por estes dias deves ter ouvido com maior frequência de empresas que estão a preparar-se para um aumento de capital. O Millennium está a programar um aumento de 2.000 milhões de euros, o BES Investimento ambiciona vir a fazer o mesmo, o BANIF já anunciou o aumento de 450 milhões de euros, entre outras empresas.

Mas sabes o que é um aumento de capital?

Todas as empresas têm uma estrutura de capital que se divide entre capitais próprios e capitais alheios (dinheiro que lhes é emprestado). Como ao longo da vida das empresas vão surgindo necessidades de financiamento, temos de perceber quais as opções que estas têm para gerarem liquidez, sem terem de recorrer a capitais alheios (empréstimos).

As opções são: 1) distribuir menos dividendos acumulando os seus lucros em forma de reservas; 2) vender activos da empresa; 3) reforçar os capitais próprios.

Ora, uma vez que a Banca já não apresenta os lucros de outros tempos – durante diversos trimestres apresentaram prejuízos – e que não tem incentivos a vender activos, pois colocaria a operação em causa, a única solução que realmente dispõem para se financiar é através da opção de aumento de capital.

Um aumento de Capital pode ser feito através de subscrição de acções ou por incorporação de reservas.

Se a empresa optar por incorporação de reservas terá de dispor de resultados líquidos positivos anteriores (valores que tem em reserva) para os colocar em capitais próprios, ou seja, no fundo é apenas um mecanismo contabilístico que traduz uma alocação de resultados que estavam em reservas para a estrutura de capitais da empresa.

Através do aumento de Capital por subscrição de acções, a empresa emite novas acções para todos os que queiram tornar-se accionistas da empresa. Uma vez que esta operação faz com que o valor nominal de cada acção diminua, a operação de aumento de Capital por subscrição de acções é reservada em primeiro lugar aos accionistas existentes e só depois a novos accionistas. Pois, repara que no caso de um accionista não aderir à subscrição de acções, ele vai ficar com menos valor em cada uma das acções que dispõe.

Porque é que tem havido tantos anúncios de aumentos de capital?

Como já deves ter conhecimento, a Banca nacional foi “salva” pelo Estado na altura de crise mais acentuada, para que casos como o do BPN não se multiplicassem pelo país. Esta ajuda do Estado foi feita através do que se chama de títulos de capital contingente. Isto é, são títulos que terceiros atribuem em dinheiro à instituição em dificuldade, mas que não conferem direitos sociais a esses dentro da instituição, por isso é que também são conhecidos como um instrumento financeiro híbrido, uma vez que possuem características tanto de capital alheio como de capital próprio.

Estes títulos de capital contingente têm de ser pagos mediante as condições acordadas na altura. Nos casos conhecidos nos últimos anos, as condições negociadas foram muito penalizadoras para as instituições e suas equipas de gestão. Não só a taxa de juro cobrada era muito elevada como existiam bastantes restrições à equipa de gestão.

Através do aumento de Capital, tanto o BANIF, como o Millennium ou o BES Investimento, querem obter liquidez para que o reembolso dos títulos de capital contingente seja o mais rápido possível.

Ao fazerem um aumento de capital através da emissão de acções, os Bancos estão a acreditar que há procura suficiente e interesse para novos investidores tornarem-se “donos” destes Bancos. Assim, com o dinheiro que cada um dos nossos “donos” disponibilizar para a compra de acções, os Bancos em questão ficam com dinheiro para pagar o reembolso dos títulos de capital contingente e para financiar as suas actividades.

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