Está preocupado com a melhor preparação da sua reforma? Gostava de saber como poupar para a reforma, de modo a garantir um futuro mais risonho? Neste artigo, vamos dar-lhe dicas e soluções para que consiga definir a melhor estratégia de poupança para o longo prazo.
Índice:
- Porque deve começar a poupar para a reforma já hoje?
- Por que é importante planear o futuro financeiro?
- O que não conseguimos prever?
- O que procurar numa aplicação para a reforma?
- Como poupar para a reforma?
Porque deve começar a poupar para a reforma já hoje?
A melhor altura para começar a poupar para a reforma é no início da nossa carreira. Como não podemos voltar atrás no tempo, o segundo melhor dia é hoje. E é importante começar já hoje para não perdermos mais tempo. É certo que devemos ter muitos anos pela frente (esperemos). Mas também é certo que quanto mais cedo começarmos, mais cedo iremos colocar em marcha o efeito dos juros compostos.
Para melhor perceber o impacto desta decisão, imagine dois cenários:
- Poupança mensal de 50€;
- Taxa de retorno – 5%;
- Início hoje por 30 anos ou início dentro de 10 anos por 20 anos.
Se começar hoje, irá acumular cerca de 34.700€ ao final de 30 anos. No entanto, se o início for dentro e 10 anos, irá acumular “apenas” 18.300€ no final do prazo. Ou seja, reduz as entregas em um terço do tempo, mas acumulará cerca de 50% menos. É caso para se dizer que tempo é dinheiro!
Por que é importante planear o futuro financeiro?
Esta pergunta tem respostas evidentes. De forma sumária, temos vários benefícios em planear o nosso futuro financeiro, sendo os principais:
- Garantir que fazemos o que é preciso para atingir o nível de conforto financeiro e material que idealizamos;
- Ter a segurança para encarar o futuro com otimismo, sabendo que teremos poupanças para fazer face a imprevistos;
- Atingir os nossos objetivos, quaisquer que eles sejam. Cada pessoa e cada família tem os seus objetivos e aspirações, sendo importante conhecê-los.
O que não conseguimos prever?
Neste processo de poupança para a reforma ou, se quiser, poupança para o longo prazo, existem inúmeros fatores que não conseguiremos prever. Não sendo previsíveis, obrigarão a maior conservadorismo quando definimos os nossos planos, nomeadamente o montante que poupamos todos os meses.
Retorno do Investimento
Quando falamos de taxas de retorno dos investimentos temos sempre de falar da relação entre o risco que estamos dispostos a correr e o retorno que prevemos obter. Infelizmente, a maioria das pessoas tende a investir para o longo prazo com soluções de poupança sem risco, nomeadamente depósitos a prazo ou PPR com capital garantido. Dizemos infelizmente porque o investimento de longo prazo permite, em teoria, assumir mais riscos para obter mais retorno. Assim, é fundamental que consigamos que as pessoas mudem a sua postura face ao risco, isto se querem atingir objetivos financeiros mais ambiciosos.
Não sendo possível saber com precisão qual será o retorno do nosso investimento, podemos considerar os retornos históricos. Assim, é comum assumirmos que, para prazos longos, o retorno anual será:
- Ações – 8%;
- Obrigações – 3%-4%.
Logo, tendo uma carteira diversificada entre ações e obrigações, será provável que a sua taxa de retorno se situe na casa dos 4% a 8%, dependendo da maior ou menor alocação a ações!
Valor da sua pensão
Outro fator que está cheio de incertezas é o valor da sua primeira pensão. Existem inúmeros fatores, como sejam a evolução dos seus salários, a taxa de inflação e o fator de sustentabilidade. Dito isto, é possível ter uma ideia deste valor através da utilização do simulador na sua área reservada na Segurança Social Direta. Por fim, alguns estudos apontam para que a relação entre a primeira pensão e o último salário de alguém na casa dos 40 anos seja na ordem dos 50%. Imagine o que será viver com menos 50% de rendimento e o que isso fará ao seu conforto.
Idade da reforma
Fruto do aumento da esperança média de vida, a idade da reforma tem vindo também ela a aumentar. Vivemos mais anos e vivemos mais anos reformados. Se o sistema de pensões é financiado pelas contribuições dos que estão no ativo, facilmente percebemos que alguma coisa terá de mudar. E o que vai mudar serão certamente o valor dos descontos (subir) e o valor dos direitos (descer). Se alguém disser o contrário estará a faltar à verdade!
O que procurar numa aplicação para a reforma?
Tendo como certas estas incertezas e sabendo que o futuro é também ele incerto, é altura de escolhermos uma ou mais aplicações financeiras. Neste contexto, deverá ter em atenção alguns critérios para diferenciar as aplicações:
Perfil de risco
O perfil de risco é um dos fatores mais analisados pelos clientes. Como referido, a preferência tem estado assente em produtos em risco e com capital garantido. No entanto, existem produtos com maior exposição a ações, podendo atingir 100% em ações. Assim, saiba qual o seu perfil de risco e qual o nível de risco de cada aplicação, para escolher um produto com o qual se sinta confortável.
Fiscalidade
Os produtos de reforma costumam ter associados benefícios fiscais, nomeadamente à entrada (sob a forma de deduções à coleta) e à saída (tributação de lucros). Dito isto, podemos poupar para a reforma noutros produtos, como sejam fundos de investimento, ETF ou seguros financeiros. Logo, perceba qual a fiscalidade aplicável ao produto que está a analisar, pensando sempre que diferenças de 10 ou 20 pontos percentuais na taxa de imposto, passados muitos anos, fazem uma grande diferença.
Qualidade da gestão
Os produtos de investimento são geridos por sociedades gestoras. Como em tudo nos negócios, existem gestores melhores ou piores e é fundamental que escolha uma sociedade gestora credível e com resultados comprovados. Procure perceber o desempenho histórico dos fundos e compare-o com o desempenho do índice de referência (benchmark).
Comissões
Analise com cuidado a estrutura de comissões dos diferentes fundos. No caso dos produtos de reforma, as sociedades gestoras portuguesas costumam cobrar taxas maiores, nomeadamente comissão de subscrição. Adicionalmente, existem as comissões de gestão, resgate e eventualmente de desempenho. Assim, sugerimos que analise a taxa global de custos, que representa todos os custos que os clientes suportam, apesar de não os verem (porque deduzidos diariamente ao valor do seu investimento).
Flexibilidade e facilidade de movimentação
Um último tópico que deve analisar prende-se com a flexibilidade e facilidade em fazer subscrições e resgates. Neste campo, perceba os sistemas de entregas programadas, os mínimos de subscrição e os critérios de resgate sem penalizações.
Como poupar para a reforma?
Vimos atrás como escolher aplicações financeiras. Agora, importa perceber como conseguiremos encontrar dinheiro para colocar nestas aplicações. Assim, sugerimos:
- Poupe todos os meses, o que torna o esforço menos difícil (ou mais fácil);
- Utilize parte dos seus subsídios de férias e/ou de Natal;
- Use parte do seu reembolso de IRS, que apesar de estar a ser reduzido, não deixa de ser um rendimento extra que pode usar para poupar.
A poupança reforma será cada vez mais necessária, dados os grandes desafios que temos na sustentabilidade da nossa Segurança Social. Assim, deverá considerá-la uma prioridade pois, se não o fizer, mais ninguém o fará. Se precisar de algum apoio na escolha do melhor produto não hesite e entre em contacto com um dos nossos consultores.