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James M. Buchanan definiu como custo de oportunidade a relação básica entre a escassez e a escolha. Perante um determinado cenário a opção por determinada escolha impede o usufruto dos benefícios que as outras opções poderiam proporcionar. (Wikipédia).

Outro conceito simples de custo oportunidade relaciona-se com a escassez de recursos, na medida em que estes são insuficientes para satisfazer todas as necessidades. Por outras palavras, sempre que existe a decisão de utilizar determinado recurso para satisfazer determinada necessidade, perde-se a oportunidade de o utilizar para satisfazer outra necessidade.

A compreensão clara de custo de oportunidade e a sua adopção, tanto na vida pessoal como na profissional e financeira, representa uma mais-valia na condução da tomada de decisão, mas também pode actuar como um obstáculo.

No campo financeiro, mais propriamente nas finanças pessoais, o custo de oportunidade está pode diversas vezes ligado à decisão de poupança. Neste artigo do blog Dinheirama, o custo de oportunidade é claramente identificado como o trade-off entre tempo e dinheiro, distinguindo claramente estas duas variáveis no processo de decisão de poupança, bem como, todas as suas implicações.

Apesar de diversos exemplos existentes sobre a importância do custo de oportunidade no campo das finanças pessoais, um dos maiores obstáculos à sua implementação individual é o próprio autor da decisão, ou seja, você.

O Problema da Relatividade

Todo o Ser Humano tem uma tendência natural em relativizar tudo na vida. Até mesmo no nosso vocabulário utilizamos a expressão “Isso é relativo”, para efectuar uma escolha entre A e B. Esta relatividade actua como um manto escuro no custo de oportunidade pois devido à relativização não desenvolvemos a capacidade de pensarmos em termos absolutos.

Senão vejamos:

Um estudo de Amos Tversky e Daniel Kahneman concluiu sobre a tendência de cada um de nós olhar para tudo na vida de forma relativa. Basicamente, foi colocado o seguinte cenário a diversas pessoas:

Você vai precisar de comprar uma caneta e um fato. No seu local de trabalho encontra a caneta por 16 euros e recorda-se que a mesma caneta está à venda por 1 euro numa loja a 15 minutos de distância. De igual modo, numa determinada loja encontra o fato por 500 euros e um cliente dessa loja diz-lhe que o mesmo fato encontra-se à venda por 485 euros numa outra loja a 15 minutos de distância.

Em ambas das situações, por qual optaria?

Curiosamente, o resultado demonstrou que a grande maioria de pessoas preferia comprar a caneta mais barata, ou seja, por 1 euro, e o fato mais caro, ou seja, por 500 euros.

Da análise surgiu que perante o mesmo custo de oportunidade, isto é, a troca de 15 minutos do seu tempo para poupar 15 euros esta não é assumida em termos absolutos independentemente do tipo de transacção.

A nossa mente, inconscientemente diz-nos que comprar uma caneta por 1 euro a 15 minutos de distância ao invés de a comprar por 16 euros sem se deslocar traz-nos mais benefícios que comprar um fato por 485 euros a 15 minutos de distância ao invés de o comprar por 500 euros sem se deslocar, quando, em termos absolutos o ganho que obteria é exactamente de 15 euros e o tempo que gastaria é exactamente 15 minutos para ambos.

O problema da relatividade, algo presente no Ser Humano é o primeiro condicionante para uma eficiência no custo de oportunidade, isto é, se todos agirmos racionalmente teremos eficiência no custo de oportunidade. Todavia a relatividade limita a acção racional tornando ineficiente o custo de oportunidade.

A Ilusão dos Descontos

A ilusão dos descontos é um dos principais exemplos da ineficiência do custo de oportunidade, como também o é no ajustamento do mesmo. Teoricamente a ilusão dos descontos proporciona o custo de oportunidade manipulado, onde o que claramente se apresenta como “bom negócio”,conclusivamente não o é assim tão bom.

Reflicta comigo… Vai adorar principalmente se for utilizador de sites de compras colectivas!

O que lhe trás mais Satisfação nos Sites de Compras Colectivas. Poupar Dinheiro ou Comprar com Desconto?

Provavelmente irá responder que poupar dinheiro é o que maior satisfação lhe proporciona, no entanto, saiba que a sua mente o engana. Na verdade, o que você realmente gosta é de comprar com descontos, principalmente se estes forem “ENORMES”. O que lhe trás satisfação é a possibilidade de partilhar com amigos, familiares e conhecidos, o grande negócio que fez ou o “enorme” desconto que teve. Bem, você estava no lugar certo, na hora certa… Que sorte….:)

Continue comigo…

Considera um absurdo comprar um pão por 2 euros a unidade mesmo que no seu preço diga que o pão está com 50% de desconto. Bem, um pão custar 4 euros e estar à venda por 2 euros é realmente um absurdo e um exagero para uma carcaça. Certamente que o seu orçamento familiar não sobreviveria por muito tempo…

Então e se eu trocasse o pão por uma caneta simples, daquelas que são oferecidas como merchandising nos diversos espaços que frequentamos.

Tudo bem já sabe que a caneta pode ser oferecida. Mas imagine que não sabia disso, apenas sabia que estava perante uma caneta com boa qualidade que custava 4 euros e que agora a pode comprar por 2 euros e assim beneficiar de um desconto de 50%.

Iria certamente sentir-se influenciado com o “enorme” desconto que a caneta possui e com a oportunidade que possuí de comprar aquela caneta por um marreca.

Os sites de compras colectivas e não só são especialistas no desenvolvimento da ilusão de descontos, criando a crença mental de que iremos obter maior beneficio na nossa decisão comparativamente com todas as outras opções ou alternativas existentes.

O custo de oportunidade aparece aqui, mais uma vez, como um obstáculo à sua eficiência, pois a sua decisão/escolha não só criou menos benefícios em termos absolutos como ainda lhe limitou na satisfação de outras necessidades.

O Custo de Oportunidade e o Dilema dos Investimentos

Nos investimentos é onde o custo de oportunidade está mais presente no campo financeiro. Nunca ouviu um amigo, familiar ou conhecido dizer que se tivessem optado por investir em A em vez de investir em B teriam ganho X. Provavelmente já ouviu diversas vezes esse comentário. Se desejar pode partilhar connosco na área de comentários já a seguir a este artigo.

Existem muitos investidores que os classifico como os investidores dos “Ses” que baseiam as suas escolhas e as analisam em função dos “Ses”. Se investir aqui o meu dinheiro vou ganhar X e se investir ali poderei ganhar Y.

Nos investimentos os “Ses” não resolvem nem facilitam a tomada de decisão, apenas revelam uma previsão (imprecisa) do custo de oportunidade futuro.

O futuro é incerto, tudo pode acontecer nos investimentos e a cada momento as regras do jogo mudam e terá de tomar decisões e efectuar escolhas que deverão ser baseadas no seu perfil de investidor. De nada vale comparar hoje uma decisão tomada no passado com outra possibilidade existente na mesma época, a não ser que seja fã do custo de oportunidade.

Voltando ao nosso custo de oportunidade nos investimentos. O investidor necessita de avaliar as suas opções de investimento não sob a possibilidade “de” mas sim sobre a cuidada análise da oferta existente. O risco, a diversificação, o horizonte temporal, os custos, são apenas alguns elementos que deverá levar em linha de conta.

As suas escolhas deverão ser do tipo, se optar por investir em A não terei a oportunidade de investir em B e ganhar X correndo o risco Y. De igual modo, se investir em A poderei perder Z que é inferior a perder W se optar por investir em B.

As possibilidades são imensas e é neste momento que o custo de oportunidade está presente e não nos “Ses” possíveis.

Caso queira aprofundar os seus conhecimentos sobre o mundo dos investimentos sugerimos que preenche o formulário a solicitar o nosso Guia do Investimento. São várias páginas de conhecimento sobre o mundo dos investimentos que estão ao seu dispor gratuitamente.

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