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O ser-humano gosta de se comportar como a caricatura da avestruz. Pensamos que se enterrarmos a cabeça na areia e deixarmos o tempo passar, conseguimos que os problemas se resolvam sozinhos.

É uma inércia natural. Só saímos do imobilismo quando somos forçados a isso. Infelizmente, e por norma, essas mudanças são dolorosas porque obrigam a um passo no escuro… daí que seja importante refletir, analisar, discutir, para que seja possível tomar decisões informadas e justas.

Temos de Tomar Opções… Por Mais Dolorosas Que Sejam

Tudo isto para falar da necessidade, real e imperativa, de se tomarem opções políticas (obrigando a consensos sociais) para que a Segurança Social seja sustentável. Logo, para que seja justa para todos. Nesta discussão, conhecer elementares noções de matemática e lógica e perceber como funciona o modelo atual são ingredientes essenciais para uma discussão séria.

Os Ativos Pagam Os Reformados

O modelo de reformas que conhecemos consiste na lógica de os trabalhadores no ativo pagarem (através de contribuições sociais, e não de impostos) as reformas daqueles que os precederam. Este modelo funciona quando temos mais pessoas ativas do que pessoas reformadas. Aqui a demografia não joga a nosso favor.

Em linhas gerais, vivemos mais anos, temos menos crianças, temos uma economia que destrói valor e um endividamento público e privado galopante. Dizem-nos que o crescimento económico é a solução, mas longe disso… é um paliativo, que apenas adia um problema incontornável.

Para termos uma ideia, dentro de poucos anos, serão mais os reformados do que os trabalhadores no ativo… quer isto dizer que cada vez mais os nossos impostos (e não as contribuições sociais) terão de ser “desviados” para suportar as reformas… o mesmo será dizer que cada vez menos teremos dinheiro para outras prioridades (tão legítimas como as reformas). Mais uma vez, é tudo uma questão de opções…

Um Modelo Indigno De Confiança?

Torna-se cada vez mais evidente que já são poucas as pessoas que confiam neste modelo. E se um modelo que mais não é do que um contrato entre gerações (mas que se tem revelado uma PPP para as gerações futuras) não goza de confiança… é um modelo que está condenado à reforma. Podemos continuar a assobiar para o lado mas alguma coisa tem de ser feita!

O Que Fazer?

Não podendo controlar o debate público, temos de começar a poupar. E infelizmente os dias não estão para isso. A poupança das famílias tem caído de forma expressiva, estando nos valores mínimos desde que há memória. Mas é preciso poupar. Cortar custos. E começar a constituir um PPR ou outra conta poupança. Quanto mais tarde começarmos, maiores serão os sacrifícios exigidos.

Nota: Artigo adaptado de Crónica no Jornal Destak

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