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Lá vêm os profetas da desgraça a falar sobre problemas financeiros e crises que entretanto nunca aparecem. Talvez seja isto que está a pensar. Pois bem, neste artigo vou-lhe falar de um problema com o qual me tenho deparado nos últimos meses. Um problema bem real que já está a fazer as suas vítimas e para o qual é necessário que se proteja.

Já viu como está o mercado imobiliário em Portugal?

Nos últimos anos assistimos a uma subida muito acentuada do preço das casas em Portugal. Os motivos apontados vão desde o turismo, o alojamento de curta duração ou a expansão do crédito habitação. O certo é que o preço das casas não tem parado de subir e não se prevê que venha a contrair em breve.

A subida do preço das casas nas grandes cidades traz consigo um problema a prazo. Na prática, as pessoas que não podem pagar as casas (ou as rendas, que também têm subido) são empurradas para a periferia. Daí resulta o aumento da procura de casas na periferia e consequente ajuste do preço (de compra ou de arrendamento).

A oferta e a procura não perdoam

Pelo exposto que propositadamente não detalhei por não ser o foco deste artigo, concluímos que a relação entre a oferta e a procura é uma realidade que nunca podemos esquecer. No caso do mercado imobiliário, a oferta demora mais a ajustar-se do que a procura o que implica que a referida subida de preços deverá ainda demorar algum tempo a ser contrariada.

Então e qual é o problema?

Nos últimos meses tenho dado algumas consultas financeiras onde o problema é sempre o mesmo. O rendimento das famílias com rendimentos mais baixos não se alterou e os seus encargos com habitação já estão a aumentar. Diversas destas famílias viram as suas rendas aumentar de €300 para €500 de um momento para o outro. Percebemos claramente que é impossível para as famílias fazerem face a este aumento. As alternativas têm sido o recurso aos cartões de crédito (agravando os problemas) ou a mudança de casa.

Um problema adicional destas famílias é que não têm acesso ao crédito habitação. Ou recebem pouco, ou têm contratos precários ou simplesmente já têm um nível de endividamento demasiado elevado.

E qual vai ser o problema no futuro?

Bem, as taxas de juro já começaram a subir e em breve irão agravar os encargos das famílias que têm créditos. Poderá começar a subir timidamente mas o certo é que as taxas vão subir e vão trazer o aumento de custos. O problema é que as famílias não só estão completamente endividadas como não têm poupanças (e depois recorrem a créditos consolidados perigosos). Mais uma vez, falamos de um impacto maior das famílias com menos recursos.

O que fazer neste contexto?

Se a subida das rendas é uma realidade presente, a subida das taxas de juro ainda demorará algum tempo até fazer efeitos mais nefastos. Assim, é fundamental e urgente que nos comecemos a preparar para esta fase. E a preparação passa por negociar créditos, consolidar créditos, eventualmente fixar as taxas de juro dos créditos habitação e cortar custos em todas aquelas rúbricas que não são essenciais para as nossas vidas. Acredite ou não mas existe muito desperdício e dinheiro mal gasto que poderá ser “desviado” para criar uma almofada para o futuro ou mesmo constituir um PPR.

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