Já se pode ter questionado como fica Portugal depois das eleições europeias. Ou seja, a nova composição do Parlamento Europeu que consequências traz para Portugal? Vai obrigar à adoção de novas políticas internas? Vai trazer alterações às políticas europeias que têm vindo a ser seguidas? E quanto aos apoios financeiros que Portugal tem tido? Neste artigo vamos abordar o tema.
O resultado das eleições europeias de 9 de junho
A votação de 185 milhões de pessoas para os 720 lugares no Parlamento Europeu trouxe alterações no número de deputados de cada grupo político europeu. No entanto, estas mudanças não foram tão radicais quanto as previstas pelas sondagens.
Na realidade apesar do aumento de eurodeputados da direita radical os grupos (partidos) moderados continuam a ser as maiores forças políticas, com 399 eurodeputados. O Partido Popular Europeu (de centro direita) continua a ser a maior força política, com 189 eurodeputados (mais 13 do que em 2019), seguido dos Socialistas e Democratas (de centro esquerda) com 136 eurodeputados mas com menos 4 que em 2019. Já o grupo liberal Renovar a Europa perde 28 lugares ficando com 94 eurodeputados. Mesmo assim estes grupos mantêm a maioria, garantindo a presidência à alemã Ursula von der Leyen.
No entanto o crescimento dos Conservadores e Reformistas Europeus (de Meloni, com 83 eurodeputados, mais 14 quem em 2019) e da Identidade e Democracia (de Marie Le Pen, com 58 eurodeputados, mais 9 que em 2019) traduz uma viragem à direita no Parlamento Europeu e consequentemente na União Europeia.
E se claro, se os partidos moderados e de direita ganharam eurodeputados nesta eleição, os grupos de esquerda, no seu todo, perderam lugares. Isto porque apesar da Esquerda Unitária ganhar 3 eurodeputados, ficando com 39, os Verdes perdem 20 eurodeputados, ficando apenas com 51 lugares.
Quais as consequência do novo desenho do Parlamento Europeu
A viragem à direita na União Europeia pode ter consequências em alguns temas importantes e com impacto em Portugal.
Sendo a imigração, a agricultura e a indústria bandeiras dos partidos de direita, é previsível que ocorram mudanças nestas matérias.
Na imigração esperam-se medidas mais restritivas que dificultem não só a entrada de cidadãos estrangeiros, mas também a sua fixação.
Já quanto à agricultura e indústria, espera-se que sejam aprovados maiores apoios nestes sectores, com especial incidência na agricultura. Já na indústria esperam-se incentivos ao aumento da produção tendo em vista fazer face à forte concorrência externa, concretamente da China.
Por outro lado, dado a perda de importância dos partidos da esquerda, maiores defensores das políticas ambientais, espera-se que estas se tornam menos restritivas.
O que vai acontecer em Portugal?
Se ocorrem as mudanças referidas então Portugal vai ter de ajustar algumas das suas politicas internas, o que pode trazer benefícios ao sector agrícola e industrial português, caso se concretizem o aumento esperado de apoios nestes sectores.