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Se em 2023 definiu como objetivo amortizar créditos como forma de poder ter um orçamento familiar mais folgado e desta forma fazer face à subida das taxas de juro, está na hora de pôr em prática a sua concretização. Mas atenção que ao amortizar créditos pode ter de pagar comissões ao banco pela redução do capital e há que ter isso em conta.

Viver endividado não é algo ao qual se deve habituar, e não ser um modo de vida. Já pensou que grande parte do seu orçamento mensal é para pagar créditos? De facto, reduzir os pagamentos mensais, libertar-se das dívidas, deverá ser um dos seus objetivos para ter uma vida financeiramente saudável. Viver sem dívidas e poder gozar o seu dinheiro deverá ser o seu objetivo final. Sabemos que é difícil, mas acredite não é impossível.

Neste artigos vamos dar-lhe algumas dicas de como o pode fazer

1 Não aumente as suas dívidas

Este é seguramente a primeira decisão que deve tomar. De que servirá amortizar créditos se por outro lado tem comportamentos que levam a aumento da sua dívida global? De nada certamente. A primeira ação será fixar o montante da sua dívida.

E para isso a sua primeira decisão deverá não gastar mais no mês do que os seus rendimentos mensais. E por isso deixe de usar o seu cartão de crédito. Usar o cartão de crédito nas suas compras significa estar a gastar este mês parte do rendimento mensal do mês (ou meses seguintes). Quebre o ciclo, só desta forma conseguirá fixar a sua dívida.

2 Liste os seus empréstimos

Comece por listar todos os seus créditos por ordem crescente de valor em dívida ignorando a respetiva taxa de juro. E não se esqueça da dívida do seu cartão de crédito, se não tiver escolhido a modalidade de pagamento a 100%

Claro que o último da lista será o seu crédito habitação, ou seja, aquele no qual porventura sentirá um maior impacto resultante da atual subida das taxas de juros.

Agora já tem um ponto de partida.

3 Para amortizar créditos tem de ter dinheiro disponível para o fazer.

Claro que se vai amortizar créditos tal terá de ter dinheiro disponível para o fazer. E nesta altura deverá estar a pensar como o poderá fazer, se o seu orçamento mensal já é apertado.

Se tem aplicações financeiras faça uma lista das mesmas com as respetivas taxas de juro. Se estas fazem parte do seu fundo de emergência então não lhes mexa, mas se tem aplicações superior a 6 meses de rendimentos mensais considere usar esse montante na amortização de crédito.

Mas se não tem, ou não quer mexer nas mesmas, não se preocupe. Existem outras maneiras de obter esse valor. Veja algumas dicas que lhe poderão ser uteis.

4 Poupe em tudo o que puder no mês

Se já fez um orçamento mensal, detalhe ao máximo as suas despesas do mês. Parta desta base para poupar o máximo que pude para amortizar o os seus créditos.

Levante o dinheiro que tem disponível para os gastos do mês.

Sabia que pagar a dinheiro, em vez de usar o cartão de débito fá-lo-á gastar menos? Pois é verdade. Ao pagar com dinheiro tem uma maior noção do que está a gastar. Inconscientemente não irá gostar de ver o seu dinheiro “baixar” e por isso evitará gastar. Confirme por si mesmo.

Arranje uma caixa para guardar o que poupar

Arranje uma caixa onde possa guardar o que poupar. Será um incentivo vê-la “encher”.

Corte despesas supérfluas

Se listou todas as suas despesas analise onde gastou o dinheiro. Veja quais pode evitar ou reduzir. Se janta todos os fins de semana com amigos, vá apenas duas vezes por mês, troque os restantes jantares por ir apenas beber um copo. O que poupar ponha na caixa.

Planeie as refeições e poupe nas compras de supermercado.

É um dos bons conselhos das nossas avós. Planeie semanalmente as suas refeições, compre apenas o que precisa para as confecionar. Aproveite as sobras para fazer outros pratos. Nas compras de supermercado opte por marcas brancas e aproveite todos os descontos que puder.

E mais uma vez o que poupar coloque na caixa

5 Decida que crédito vai amortizar

Enquanto poupa decida qual o empréstimo que vai liquidar.

Uma das maneiras que Dave Ramsey (especialista em finanças pessoais) aconselha é o de liquidar os créditos pela ordem da lista. Ou seja, comece por “atacar” o seu crédito mais pequeno como quem se está a vingar das dificuldades da sua vida financeira.

Mas em contexto de cobrança de comissão bancárias na amortização e subida de taxas de juro talvez seja melhor seguir outra estratégia. Assim olhe novamente para a lista dos seus empréstimos.

A escolha do empréstimo que vai amortizar irá depender de vários fatores, nomeadamente:

  1. da existência de comissão de amortização de reembolso antecipado
  2. do valor da redução nas prestações mensais que resulta da amortização

Veja se existe comissão de amortização antecipada

Veja se os seus contratos de crédito incluem o pagamento de comissão de amortização antecipada sobre o montante de amortizar. Este valor é geralmente de 0,5% nos contratos com taxa de juro variável e de 2% nos contratos a taxa fixa.

Coloque esse valor na lista dos seus empréstimos e considere esse valor nas contas que irá fazer de seguida.

Em 2023 não tem de pagar comissão de amortização antecipada no crédito habitação

Tendo em conta o impacto negativo da subida das taxas de juro nas prestações de crédito entrou em vigor o Decreto-lei 80-A/2022 tendo como objetivo reduzir o endividamento das famílias de quem tem crédito habitação.

Para além das novas regras de renegociação dos créditos habitação este decreto-lei permitir-lhe-á durante todo o ano de 2023, caso o seu empréstimo esteja abrangido por ele, amortizar o seu crédito habitação antecipadamente sem ter de pagar a comissão de amortização antecipada cobrada pelas instituições financeiras, nem o respetivo imposto do selo.

De facto, com a entrada em vigor deste decreto não terá de pagar 0,5% do capital que pretender amortizar até ao final de 2023 no caso do seu contrato ter taxa variável. Também não pagará o valor do imposto de selo sobre a comissão.

Veja qual o valor da redução no total das prestações financeiras

Se numa altura em que não existia subida das taxas de juro a decisão era fácil, tal já não acontece na situação atual.

Assim, analise em que empréstimo fará maior impacto na prestação mensal a aplicação do valor que poupou. Será esse que deverá amortizar. Com o aumento das taxas de juro porventura até será o crédito habitação. Mas note que esta apenas aumentará na data da revisão do indexante, que pode ser de 3 6 ou 12 meses. Caso não seja no mês seguinte que a prestação aumente opte por liquidar o crédito mais pequeno, será um a retirar da lista.

Note que de mês para mês o crédito a amortizar poderá ser diferente, já que o seu objetivo mensal será reduzir o valor total das suas prestações financeiras.

6 Amortize o crédito e comece de novo

Amortize o crédito que escolheu. Da redução que resultou retire metade para colocar na caixa. Servirá para aumentar o valor que irá aplicar numa nova amortização no mês seguinte.

Refaça o seu orçamento mensal listando todas as despesas que efetuou nesse mês. Recomece de novo a poupança mensal em tudo o que pode e coloque na caixa

7 Reveja os seus seguros

Pegue nos seus seguros e peça simulações a outras seguradoras com as mesmas coberturas. Veja se com a mudança de seguradora consegue reduzir os prémios que paga por eles. Será mais um valor que poderá colocar na caixa para usar na amortização do mês seguinte.

8 Obtenha rendimentos extra para aumentar o valor das amortizações

Se não consegue reduzir mais os seus gastos considere tentar obter rendimentos extra. Uma das maneiras mais simples será vender em sites de segunda mão o que tem em caso e não usa. Sempre aproveita para destralhar a sua casa e obter um valor extra para liquidar as suas dívidas.

Em conclusão

Acabar com os seus créditos e dívidas e viver sem dívidas é possível, mas exige disciplina da sua parte. Lembre-se que quando conseguir deixa de estar refém das alterações da taxa de juro e pode dispor dos seus rendimentos como quiser. Vai seguramente valer a pena.

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