Por estes dias fui confrontado com a legítima pergunta, relativa ao benefício para os bancos de disponibilizarem cartões de crédito em que devolvem uma percentagem do valor da compra. Neste artigo falaremos dos cartões que “dão” prémios.
O Que É O CashBack?
O Cashback é uma opção que alguns cartões de crédito têm associada que mais no é do que a “devolução de parte do dinheiro” gasto nas compras. Realmente, estamos diante de um caso em que o utilizador pode vir a ganhar dinheiro com o seu cartão. Imagine que faz uma média de 300€/mês em compras com o cartão de crédito. Se tiver 1% de cashback (em alguns casos pode ter até 3%) significa que ganhou com o seu cartão 36€, num ano.
Mas e os bancos, o que ganham? Os bancos podem ganhar de 2 formas: uma é através da anuidade e encargos com o cartão que poderão ser superiores ao cashback. Por outro lado os bancos ganham na medida em que estão a fomentar hábitos sociais, isto é, quem mais ganha com a massificação dos cartões de crédito são os bancos.
O Problema Dos Cartões De Crédito É a Criação de Hábitos!
Na verdade, podemos fazer uma gestão do cartão de crédito de forma a que os bancos não ganhem dinheiro connosco (pagamento a 100% e aproveitar os descontos que consigam superar a anuidade do cartão), mas os credores sabem perfeitamente que mesmo que a intenção seja de não utilizar cartão para fracionar compras, essa tentação vai aparecer a qualquer momento.
Conseguir que todos os portugueses tenham um cartão de crédito na mão é dar a possibilidade a cada um de nós de endividar-se com a utilização desse valor. Repare que esse valor foi aprovado no passado, mas nada impede que hoje, estando com maior ou menor estabilidade de rendimentos, possa gastar onde quiser esse dinheiro. O cartão de crédito não é mau em si, mas pode ser a origem de dificuldades financeiras. Não deixe que os prémios e benefícios associados aos cartões sejam a porta aberta para problemas futuros.
Cuidado Com Os Cartões De Crédito
Como referido, os cartões de crédito não têm nada errado à partido. No entanto, deveremos ter cautelas e nunca esquecer que “ninguém dá nada a ninguém”. Com o crédito, tudo tem uma razão de ser e uma contrapartida associada.
Nota: Artigo adaptado de crónica no Jornal Destak