Já vamos sendo habituados a aumentos nas comissões bancárias a que se somam os aumentos do imposto de selo sobre o crédito (poucas pessoas repararam que este imposto aumentou recentemente para quase o dobro). Mais uma vez, assistimos ao anúncio do aumento de comissões por parte da Caixa Geral de Depósitos.
Temos de notar que estes aumentos são perfeitamente legítimos e alguns deles até fazem sentido, na medida em que procuram eliminar certos serviços que poderão ser realizados pelos canais digitais. No entanto, têm o foco na inércia dos seus consumidores que insistem em não reagir a alterações de comissões. Sim, existem bancos que não nos cobram comissões bancárias pela grande maioria dos serviços. Não mudamos muitas vezes porque consideramos aqueles custos como sendo insignificantes. Se a subida fosse muito acentuada mudaríamos, mas como vamos ter a mesma subida faseada ficamos com a sensação de que não vale a pena o esforço. Mas vale, porque toda a poupança quando vista com prazos alargados tem um peso e um valor enormes.
É fundamental não esquecer que cortar custos só tem o custo do nosso tempo. Mas não tem risco. É garantido. É certo. Já aumentar os rendimentos é difícil, exige esforço e mais trabalho. Porque motivo não nos mexemos, quando o não está sempre garantido? Porque não assumimos de vez a rédea das nossas finanças pessoais e começamos a constituir o nosso fundo de emergências ou a nossa poupança para a reforma? Porque temos a dificuldade de visualizar os benefícios da poupança. Daí que seja útil pensar nos inúmeros benefícios emocionais e não só que estão associados à poupança. Porque ter objetivos concretos ajuda a fugir à inércia e a evitar que os bancos fiquem com o nosso dinheiro.