Os dados que temos conhecido ao longo dos últimos meses mostram que o recurso das famílias ao endividamento tem vindo a subir ao mesmo tempo que a taxa de poupança está em valores preocupantemente baixos.
Nunca Esqueça O Impacto Dos Juros
De facto, o consumo tem vindo a impulsionar o crescimento económico, numa altura em que as famílias e a economia como um todo vivem momentos de crescente euforia. Se é certo que o consumo tem a sua vertente de necessidade, também é certo que o consumo com recurso ao crédito traz consigo uma fatura de juros (e já agora, de impostos) que acaba por pesar bastante nos orçamentos das famílias portuguesas.
Neste contexto, costumamos alertar para a necessidade de consumir com recurso a dinheiro. Se precisamos daquela compra, devemos fazê-la a dinheiro, pagando a pronto. Nesta situação, associamos o prazer da compra à dor do pagamento, o que nos ajuda a ser mais criteriosos e a pensar duas vezes sobre a necessidade efetiva da compra.
Compre Sempre A Dinheiro
É curioso constatar que o poder desta estratégia é pouco conhecido. Na realidade, diversos estudos realizados (alguns com mais de 10 anos) mostram que a compra com recurso a cartão, especialmente ao cartão de crédito, induz uma despesa maior. Em alguns casos, a nossa propensão para gastar duplica.
E o motivo é simples: adiamos a consequência do consumo e só sentimos o seu impacto passado uns meses (e a “suaves prestações” que acabam por se revelar autênticos pesadelos). Uma postura de prudência nunca fez mal a ninguém e algum conservadorismo no consumo poderá ser recomendável. Como diz a teoria económica, é em tempo de crescimento que devemos criar reservas para colmatar os tempos de crise.
O Que Fazer?
Em momentos de crescimento económico devemos aproveitar o dinamismo do mercado para encontrar fontes de corte de custos. Assim, podemos optar por transferir o crédito habitação e com isso reduzir o spread. Podemos transferir os seguros para seguradoras mais agressivas. Podemos também consolidar créditos e aproveitar a descida dos juros (não esquecer que o crédito consolidado tem taxas de juro fixas, pelo que quando a EURIBOR começar a subir não sentirá esse impacto.
Nota: Artigo adaptado de crónica no Jornal Destak