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O Banco de Portugal (BdP) revelou esta semana os dados oficiais da evolução do crédito ao consumo, em Portugal, no ano de 2019. Os resultados são de 7,6 mil milhões de euros de financiamento deste tipo de crédito. Pelos resultados que foram sendo publicados ao longo do ano já podíamos perspetivar este valor, mas não deixa de ser motivo de reflexão a confirmação de estarmos perante o valor máximo desde 2013.

Este aumento, que tem ocorrido ano após ano, também se justifica pelo baixo custo de financiamento que temos tido. Os bancos deixaram de ganhar dinheiro com a captação de depósitos e por isso a estratégia é totalmente focada na concessão de crédito. Qualquer cliente fica contente quando vê o seu pedido de crédito aprovado. Mas é importante lembrar que em paralelo à concessão de crédito potencia-se o envolvimento da relação bancária. Desta forma, os bancos conseguem aumentar custos de manutenção e outras formas criativas como as transferências interbancárias, MB Way, etc, sem que os clientes possam fazer grande coisa. Se um cliente tem o crédito naquele banco, acaba por se sujeitar às constantes atualizações do preçário.

As análises das taxas de juro de um empréstimo devem ser interpretadas à luz de todos os custos que envolvem a operação, daí ser necessário conhecer sempre a TAEG (mais importante do que a TAN). Mas também é relevante ponderar que a escolha por um banco com muitas taxas e comissões, também é estar sujeito às atualizações que vão acontecendo. Ainda há pouco tempo um dos maiores bancos em Portugal aumentou em mais do dobro a anuidade do cartão de débito.

Não vale a pena viver desconfiado dos bancos, mas vale a pena estar alerta para as alterações que vão ocorrendo. A vantagem de vivermos numa economia competitiva é que temos sempre escolha, mas nós somos os únicos responsáveis por fazer as opções certas nas alturas certas.

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