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Há pouco tempo deparei-me com uma app, chamada to good to go, que permite aos seus utilizadores comprarem bens alimentares a preços muito mais baixos porque são aqueles cujos comerciantes considerariam como desperdício. Por exemplo, uma pizaria pode vender uma piza por 2,99€ que em condições normais custaria 10€.

Uma nova economia circular

O meu interesse não é a promoção desta app em particular, até porque há outras semelhantes, mas sim o que isto revela sobre a nova economia. Cada vez há mais sinais de um novo paradigma na teoria económica. Paradigma esse que é mais orientado para a comunidade. Ou seja, a economia clássica tem o seu foco no indivíduo e considera como ponto ótimo o resultado do menor custo para o maior proveito do individuo. Contudo, começam a surgir pensadores que defendem que o ponto ótimo é o maior proveito da comunidade e não apenas do indivíduo. A preocupação com o aproveitamento dos recursos, assim como a atenção ao desenvolvimento sustentável implica, por vezes, uma opção por reduzir o potencial de ganho individual. Acredito que esta situação não é destruidora de valor na medida em que no longo prazo o ganho de todos é superior à soma dos ganhos individuais.

A economia de comunhão

A opção de considerar o outro como uma prioridade não se trata de uma postura de caridade, mas sim uma garantia de sustentabilidade nos passos que estamos a dar. Iniciativas como a da app que referi contribuem para um melhor aproveitamento dos recursos e diminui o desperdício. Não é apenas uma oportunidade de negócio ou uma questão ecológica, é também um passo para uma economia de comunhão de uma sociedade que é muito mais do que a soma de um conjunto de indivíduos.

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