Quem não deseja viver livre de créditos? Neste guia, vamos ajudar a refletir sobre estratégias para amortizar créditos, mostrando como o fazer e os resultados que vai obter. O mais extraordinário, como verá, é que amortizar crédito depende, maioria das vezes, de nós. Não acredita?
Índice
- O que significa amortizar crédito e porque deve considerar?
- Vantagens de amortizar o crédito
- Quando vale a pena amortizar o crédito?
- Amortizar créditos: Passos iniciais
- Estratégias para amortizar créditos
- Bola de Neve ou Snowball
- Avalanhe
- Tabata
- Como se processa tudo?
- Onde arranjar dinheiro para amortizar créditos?
- Alternativas à amortização de créditos
- Conclusão
O que significa amortizar crédito e porque deve considerar?
Como sabemos, quando fazemos um crédito, contratamos com um banco ou instituição financeira:
- Montante emprestado;
- Taxa de juro que nos é cobrada;
- Prazo de reembolso.
Se mantivermos o contrato inalterado, todos os meses iremos pagar uma prestação, que tem incluída um montante para pagar juros e outro montante para amortizar capital em dívida. À medida que o tempo vai passando, vamos devendo cada vez menos ao banco.
Amortizar crédito significa antecipar o pagamento do valor em dívida ao banco. Podemos pagar parte (amortização parcial) ou pagar a totalidade (amortização total). Em ambos os casos, trocamos o nosso dinheiro pela redução do valor em dívida. Livramo-nos de uma dívida, de uma prestação mensal e de muitas preocupações.
Vantagens de amortizar o crédito
A amortização de créditos tem vantagens financeiras e vantagens não financeiras:
- As vantagens financeiras são as mais evidentes, porque deixamos de ter de suportar uma prestação mensal, poupamos juros e eventualmente no pagamento do prémio do seguro de vida que está associado ao crédito (mais comum no crédito habitação, mas cada vez mais presente em créditos de curto prazo);
- As vantagens não financeiras são menos evidentes, mas não menos importantes. Ao liquidarmos uma dívida ganhamos mais liberdade. Vamos maior conforto ao saber que temos mais espaço no orçamento familiar para fazermos as nossas vidas, sem termos de nos preocupar com o risco de não honrar os nossos compromissos. Não é à toa que se diz que um crédito é uma grande pressão.
Quando vale a pena amortizar o crédito?
A resposta a esta pergunta depende de alguns fatores. Pelas considerações não financeiras, valerá sempre a pena amortizar créditos, na medida em que ganhamos logo. Já na componente financeira, teremos de fazer contas, considerando que a alternativa da amortização é o investimento do dinheiro. Aqui, a conta é simples:
- Taxa de retorno líquido do investimento > custo do crédito – Investir;
- Taxa de retorno líquido do investimento < custo do crédito – Amortizar.
É simples? Talvez, mas entram agora considerações de aversão ao risco (muitas pessoas não gostam de assumir riscos), aversão à dívida (maioria das pessoas não gosta de dívida) e propensão ao consumo (preferimos gastar dinheiro a investir). Qual é o seu caso?
Amortizar créditos: Passos iniciais
O processo de amortização de créditos, qualquer que seja o método escolhido, começa sempre com duas etapas importantes:
Identifique os seus créditos e taxas de juro
Identificar características dos créditos, nomeadamente o montante em dívida, a taxa de juro, a prestação mensal e o prazo de pagamento. No caso dos cartões de crédito, terá de identificar o montante em dívida e a taxa de juro.
Garanta um fundo de emergência antes de amortizar
Garantir que tem um fundo de emergências, para evitar ter de voltar a pedir dinheiro emprestado em caso de necessidade.
Estratégias para amortizar créditos
Depois de dados os passos iniciais atrás referidos, é importante que consideremos que existem diferentes métodos de amortização de créditos. Falaremos de 3:
Bola de Neve ou Snowball
Depois de saber as características dos vários créditos, diz-nos a estratégia Debt Snowball que deveremos orientar os créditos começando por aquele que tem o montante em dívida mais baixo. Os defensores deste método, nos quais se incluem Dave Ramsey (gostamos muito do trabalho do Dave Ramsey e da Ramsey Solutions, e sugerimos a leitura de um dos seus livros, o Total Money Makeoverv), defendem que devemos procurar estratégias que psicologicamente nos permitam tirar prazer da redução do endividamento. Assim, ao começar primeiro com a liquidação dos créditos de menor montante, vai ver frutos imediatos e poderá festejar rapidamente os seus sucessos.
Avalanche
O método Avalanche é um método de liquidação de dívidas que, ao invés de sugerir iniciar a amortização antecipada pelo crédito com o menor valor em dívida, sugere iniciar com o crédito mais caro. Ou seja, o seu esforço será liquidar mais cedo o crédito com maior taxa de juro, pois isso irá permitir que poupe mais dinheiro em juros todos os meses. Se psicologicamente não é o método mais eficaz, financeiramente é o método mais interessante.
Tabata
Um último método que gostamos particularmente e que é independente dos dois métodos acima. Ou seja, podemos usar qualquer um destes métodos. No entanto, o que muda é o esforço que fazemos para liquidar antecipadamente todos os meses. Dizem os defensores deste método, como no sistema de desporto Tabata, que devemos ter um plano de liquidação constante que é intercalado com um mês de amortização mais intensa. Assim, em 1 ou 2 ou mais meses específicos no ano, fazemos um conjunto de sacrifícios adicionais para libertar dinheiro para liquidar o crédito no topo da lista, garantindo assim que não desanimamos por “deixarmos de viver” nesses meses mais intensos. Para mais detalhes sobre este método, sugerimos a leitura do livro Soldier of Finance, do Jeff Rose.
Como se processa tudo?
Qualquer que seja o método escolhido, o processo de amortizar créditos é muito simples:
- Otimizar o orçamento familiar para libertar espaço para liquidar créditos;
- Acabar com o primeiro crédito da lista;
- Usar o montante inicial acrescido do valor da prestação do crédito agora liquidado;
- Acabar com o crédito seguinte da lista;
- Repetir o processo e acumular sempre as prestações que deixamos de ter.
- E já agora… não esquecer de festejar o fim de mais um crédito.
Como percebemos, se no início o impacto da liquidação é pouco expressivo, com a liquidação de linhas de crédito a força vai aumentando, tornando o processo cada vez mais rápido e mais visível.
Onde arranjar dinheiro para amortizar créditos?
Na secção anterior falamos da necessidade de otimizar o orçamento para libertar espaço para liquidar créditos. Dito deste modo, é fácil. O problema está em encontrar fontes de rendimento ou de corte de custos para o conseguirmos. Aqui chegados, a mensagem não é popular. Se queremos acabar com créditos temos de nos esforçar ao máximo por:
- Encontrar fontes alternativas de rendimentos, seja através de horas extraordinárias, de trabalhos extra ou outras estratégias;
- Encontrar fontes de corte de custos, que passam por alguns sacrifícios e por algumas mudanças de hábitos que não custam assim tanto.
A alternativa menos difícil é o corte de custos, servindo para tal algumas estratégias de corte poupança e de corte de custos. Ganhar mais dinheiro implica mais horas de trabalho, mas também é possível. A boa notícia é que não precisa de ser durante muito tempo. Vários dos nossos formandos relataram que tiveram um trabalho part-time durante 4 a 6 meses e que nesse período conseguiram rendimento para pagar uma dívida de cartão de crédito incómoda. A partir daí, libertaram espaço no orçamento para acelerar o processo de amortizações.
Terceira alternativa – Poupanças!
Uma terceira alternativa para liquidar créditos consiste em utilizar alguma poupança para o efeito. É evidente e pode parecer que não faz sentido. No entanto, vemos por diversas vezes famílias com dívidas de cartões de crédito e com depósitos a prazo. Se nas primeiras pagam 16% de taxa de juro e se nos segundos recebem 2%, estão a perder 14% por ano nesta ineficiência. Assim, se tivera poupanças, considere usá-las para liquidar os cartões de crédito.
Alternativas à amortização de crédito
Caso não queira amortizar créditos e precise, mesmo assim, de otimizar a sua estrutura de créditos para poupar dinheiro, temos duas alternativas para si:
Consolidação de Créditos
Consolidação de créditos, aproveitando para juntar todos os créditos num único e, com isso, reduzir significativamente as suas prestações mensais.
Renegociação das condições com o banco
Renegociação de créditos, o que obriga a que fale com as várias instituições financeiras com quem trabalha e que procure baixar taxas ou alargar prazos, de modo a conseguir baixar prestações.
Conclusão
Amortizar crédito pode ser um passo decisivo para reduzir os custos com as suas dívidas e conseguir uma vida financeira mais tranquila. Para isso, deve planear, analisar diferentes opções e ser consequente. Este último passo talvez seja o mais desafiante, porque obriga a que faça alguma coisa… obriga a vencer a inércia!