Os pais gastam muito dinheiro com o pretexto de querem dar aos seus filhos tudo aquilo que não tiveram. Sendo uma preocupação legítima, é fundamental ter em atenção o papel educador dos pais. Neste artigo vamos dar-lhe algumas sugestões para que possa ensinar os seus filhos a poupar.
É Natural Querer Dar Ao Seu Filho As Melhores Condições de Vida
Muitas pessoas associam a temperança à contenção e a restrições austeras no orçamento de cada família. Este valor é, muitas vezes, visto como contrário a uma vontade legítima que muitos pais têm de proporcionar aos seus filhos o máximo conforto financeiro possível com o objetivo de que nada lhes falte.
Há ainda uma realidade mais complexa em que alguns pais desejam dar aos seus filhos tudo aquilo a que não puderam ter acesso em crianças como forma de compensação de uma infância mais rigorosa financeiramente.
A Temperança Não Tem De Ser Negativa
A temperança não tem que ser vista como algo negativo, rígido ou sombrio. Pelo contrário, quando bem vivida e aplicada, torna-se essencialmente positiva na medida em que:
- Potencia um esforço para equilibrar as vontades e os impulsos;
- Ajuda a ordenar e a selecionar os gostos perante múltiplas opções e ofertas;
- Promove a capacidade de escolha e ajuda a relacionar entre benefício e prejuízo como consequência dessa escolha;
- Promove a liberdade, a fortaleza e o auto-controlo ao ter que efetuar a escolha de um determinado bem em detrimento de outro.
- Protege contra a publicidade e o marketing que apela a que tudo seja consumido já e agora!
Proporcione a Liberdade Aos Seus Filhos
Acima de tudo, é importante que se criem filhos que tenham oportunidade de descobrir os seus gostos e explorá-los, ao invés de permitir que possam experimentar tudo só porque têm livre acesso. Desta forma, são eles que detêm o controle, em vez de serem controlados por esses impulsos confusos e desorientados.
Também pode transmitir aos seus filhos a ideia de que não são só os pais a dizer que não: eles também podem (e devem) ganhar a capacidade de dizer que não àquilo que não lhes interessa, ou seja, ao supérfluo e ao que não os faz crescer enquanto pessoas.
Dizer que sim a tudo o que nos rodeia e a que nos apetece faz com que todas as experiências sejam algo de despersonalizado, monótono, altamente generalista e que não confere carácter a coisa alguma.