Na semana que passou fomos confrontados com uma audiência caricata numa “muito útil” comissão parlamentar de inquérito. Não me vou deter no seu conteúdo, mas antes procurar retirar algumas ilações.
Em primeiro lugar, parece-me claro que a vida em sociedade tem regras que tendemos a ignorar. Temos os preceitos legais, que sendo importantes podem facilmente ser manipulados. Temos também preceitos éticos e morais e a consciência social que deve ser bem formada. Naturalmente quando nos habituamos a viver à custa do Estado é normal desconsiderar este ponto. É assim fundamental que exista uma responsabilização que, mais uma vez, está dependente da rapidez e independência dos tribunais.
Em segundo lugar, é fundamental ter em conta que a sociedade tem os políticos e os empresários que merece. Quero com isto dizer que enquanto cidadãos temos a obrigação de ser exigentes com quem nos governa e com quem gere as empresas, numa dicotomia que não pode ser esquecida entre direitos e deveres. Infelizmente, existe alguma preguiça aguda em procurar a informação longe das fake news, da propaganda partidária cega e de outras artimanhas que nos vão influenciando para nos desinformar. Esta postura de exigência deve ser espelhada também no voto (é inconcebível que as pessoas não votem!)
Por último, devemos levar esta postura ética, moral e de exigência às nossas vidas particulares. Isto passa por estudar. Procurar informação. Debater ideias. Mudar hábitos. Produzir mais e melhor. Inovar. Poupar e Investir. Mas acima de tudo, de pensarmos que somos responsáveis pelas nossas vidas. Talvez assim deixemos de recorrer constantemente ao Estado para suprir as nossas necessidades e, com isso, comprar os nossos votos.