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A Fast Fashion, ou seja, a roupa de usar e deitar fora, tem elevados custos para o ambiente quer na sua produção quer na sua destruição. E numa altura em que se fala em sustentabilidade é tempo de repensar os seus hábitos de consumo.

A moda barata, é fomentada pelas grandes cadeias de roupa que têm de mudar as suas coleções rapidamente. Assim, estas peças de roupa que aparecem muitas vezes promovidas por influenciadoras, são rapidamente produzidas em grande quantidade para vendas nas lojas físicas e online a preços baratos. E rapidamente passam de moda e deixam de ser usadas.

Basta aparecer uma nova tendência e ficam esquecidas no fundo de um armário ou acabam no lixo. E como foram baratas, não tem muita pena e rapidamente compra outra. Mas já pensou no impacto da sua atitude na sua carteira e no ambiente? Já pensou como a fast fashion pode prejudicar as suas finanças pessoais?

Os impactos no ambiente são enormes

Numa altura em que a sustentabilidade está na ordem do dia, começa a ser cada vez mais uma preocupação de todos as consequência da produção e consumo deste tipo de roupa.

O impacto ambiental começa logo na produção

Esta roupa usa como matéria-prima fibras como o algodão e o poliéster que podem parecer inofensivas, mas de facto não o são. O cultivo do algodão exige a utilização de pesticidas e fertilizantes, que, ao se infiltrarem nos solos, não só os poluem, como também acabam por poluir as águas subterrâneas.

O poliéster, por seu lado, é uma fibra sintética feita com derivados de petróleo, um combustível fóssil com elevado impacto ambiental por si só, como sabemos. Mas o impacto negativo do poliéster sente-se mesmo quando já está no lixo. A sua decomposição é muito lenta e gera microplásticos, que acabam por se infiltrar no solo e na água.

Por outro lado, para tingir as fibras e para que as cores resistam às lavagens são consumidas grandes quantidades de água.

Todo o processo de fabrico é pouco sustentável. De acordo com um estudo do banco de investimento UBS a indústria da fast fashion emite mais dióxido de carbono (CO2) do que os setores da aviação e navegação juntos, sendo também responsável por 20% de toda a poluição aquática e consumo de 79 mil milhões de metros cúbicos de água por ano. Assustador, não?

Os baixos preços resultam do uso de mão de obra socialmente desprotegida

Ao comprar uma peça de fast fashion já viu no rótulo onde é produzida? A produção destes artigos é feita em países menos desenvolvidos onde a mão de obra é muito barata e com condições de trabalho muito más. Estamos a falar de países como a Índia, Paquistão ou Bangladesh, onde as pessoas trabalham muito para receberem muito pouco. E em condições de saúde muito precárias. Já pensou o que fazem os químicos aos pulmões? Esta é a realidade que as marcas procuram esconder. Mas numa sociedade onde a justiça social tem de ser um valor a defender, os consumidores têm de se começar a preocupar com este tema.

Porquê comprar se vai acabar no lixo rapidamente?

Por ser barata, a qualidade destes produtos não é seguramente muito boa. Ao fim de algumas lavagens estas peças deformam e muitas ficam com pequenos buracos. Assim a maioria acaba no lixo e consequentemente nos aterros, já que muitas autarquias não dispõem de locais para reciclagem de resíduos têxteis.

Qual a solução para vestir sem prejudicar o ambiente?

A nossa primeira reação seria dizer, não compre esse tipo de roupa, mas sabemos que seria utópico, até porque a roupa, sobretudo das crianças tem um grande peso no orçamento familiar. A boa notícia do lado das marcas é que estas também já estão a fazer alguma coisa para reduzir o impacto ambiental. Muitas apostam em fibras mais sustentáveis e duradouras e outras promovem a recolha e reciclagem de roupa usada.

Mas do seu lado também pode ajudar:

  1. Pense duas vezes antes de comprar. Se viu uma peça de roupa que gosta pense mesmo se precisa dela e quantas vezes vai usar. Não compre por impulso.
  2. Escolha peças básicas que lhe permitam usar mais do que duas ou três vezes. Compre peças que pode combinar com outras que já tem no armário.
  3. Compre menos roupa, mas com mais qualidade. Se a peça que gosta mesmo for de boa qualidade vai durar mais tempo e não vai ter de a repor. Pode ser mais cara, mas no final vai compensar.
  4. Recicle a sua roupa. Adora aquelas calças, mas romperam-se? Transforme-as nuns calções. E o que dizer aos cortinados que encolheram? Faça almofadas para o sofá.
  5. O que não usa venda ou doe. Há sites onde pode vender a sua roupa em segunda mão e ainda fazer dinheiro. Mas se preferir doar há instituições e lojas que aceitam roupa usada.
  6. Quanto à roupa de criança partilhe o que não serve entre primos e irmãos. Mas se não houver doe. Há instituições que distribuem roupa de criança por famílias necessitadas. Vá à junta de freguesia e pergunte onde poderá doar, certamente saberão indicar.

A sociedade e o ambiente agradecem. E o seu bolso também. E já agora, veja também 30 dicas para poupar dinheiro que podem mudar a sua vida.

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