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Alcançar o cenário onde já não possui controlo das suas finanças não é algo exclusivo da crise económica ou financeira. Na verdade, é algo bastante comum independentemente do ciclo financeiro em que se encontra economia. Incumprimento e desorganização financeira é algo que acontece com frequência em famílias ou indivíduos que não possuem um plano para as suas finanças onde a protecção e a sustentabilidade das mesmas é uma prioridade.

Na verdade, pode ser tão fácil de acontecer que até mesmo os que acreditam que estão preparados acabam por vivenciar tais cenários sempre que a preparação assume como garantido a entrada de rendimentos.

Vejamos o seguinte exemplo:

Imagine que acorda todos os dias de manhã, satisfeito com a sua vida pessoal e financeira, bem como, com a sua vida profissional. Toma o pequeno almoço em família e desloca-se para o seu local de trabalho. No seu trabalho adora o ambiente existente e sabe que vai dar inicio a mais um dia produtivo e gratificante e, de repente recebe uma chamada do seu chefe para uma reunião.

O seu chefe comunica-lhe a seguinte decisão: Está despedido… Vamos encerrar as suas funções devido a reestruturação do seu departamento.

E Agora, O Que Vai Fazer?

A preparação financeira é muito mais do que apenas o controlo da sua situação mensal. É antecipar eventuais cenários de ruptura, como por exemplo, um despedimento ou uma quebra acentuada dos rendimentos caso seja profissional por conta própria. É constituir um plano de emergência e ter presente um plano B.

Muito existe para falar sobre esta preparação, no entanto, a mais importante recomendação reside na forma como vai aceitar a mudança na sua vida, mais propriamente, na sua atitude perante cenários externos que não consegue controlar, como por exemplo, o despedimento.

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Deixemos estes conceitos comportamentais para depois e centralizemos os nossos esforços na análise de sinais que demonstram que está a perder controlo das suas finanças e nas eventuais soluções que pode encontrar.

O Seu Rendimento Disponível Diminuiu nos Últimos Meses

O rendimento disponível é a parcela das nossas receitas que chegam ao final do mês. Ou seja, depois de todas as suas responsabilidades e encargos estarem satisfeitos sabe o que sobra para a poupança ou para um eventual mimo motivador e renovador individual ou familiar.

A diminuição desse rendimento disponível revela que as suas responsabilidades e encargos têm vindo a aumentar. Este sinal será tão grave consoante a percepção de instabilidade nas receitas que possui na sua vida, ou seja, se existisse uma redução das receitas como se comportaria a minha vida financeira? Seria preocupante? Devastador?

Então Como Poderá Solucionar Este Cenário?

A diminuição do rendimento disponível está na grande maioria das vezes associado a um aumento dos encargos e responsabilidades, logo, a forma mais simples de solucionar e até aumentar o rendimento disponível é identificar as razões que levaram a sua diminuição e avaliar a exigibilidade das mesmas.

Dentro desta análise a ponderação da manutenção das causas é fundamental.

Caso não seja possível solucionar o problema com a identificação das causas da diminuição do rendimento disponível, então deverá efectuar uma check up a toda a sua situação financeira e procurar estratégias criativas para diminuir as suas responsabilidades e encargos procurando compensar a diminuição do rendimento disponível.

É certo que é apetecível e mais simples a análise das responsabilidades e encargos com o objectivo de aumentar o rendimento disponível. No entanto, é sempre mais motivador e seguro complementar tal estratégia com novos planos no lado da receita, afinal ou diminui as responsabilidades e encargos ou aumenta as receitas. Procure descobrir novas oportunidades para ganhar dinheiro extra e assim ficar menos dependente das suas fontes originais de receita.

Não Tem Poupanças ou Tem Pouco Dinheiro Poupado

Definamos pequenas poupanças antes de avançarmos.

Entende-se por pequenas poupanças o montante de dinheiro que possui de parte para situações de emergência, por outras palavras, estamos a falar do seu fundo de emergência.

Exemplo:

Família com 800 euros de encargos mensais fixos deverá possuir 11 520 euros no seu fundo de emergência (Pequena Poupança).

O conceito é simples e apesar de ser recomendável 6 meses de todos os encargos mensais, o ideal será possuir pelo menos 12 meses de todos os encargos e responsabilidades mensais, acrescido de um extra de 20% para conforto psicológico pessoal. Se ainda não possui esta segurança financeira então saiba que é uma das principais razões do descontrolo financeiro. Não estar preparado para o inesperado, para o que não controla é definitivamente bastante prejudicial às suas finanças pessoais.

Retirando os aspectos financeiros da equação, possuir uma segurança financeira por pequena que seja é benéfico para a vida pessoal, profissional e familiar. De salientar novamente a grande maioria dos casos de conflitos familiar e até depressões estão associadas a ausência ou insuficiente presença de capacidade financeira.

Solucionar este indicador de descontrolo financeiro passa pela aceitação da importância da poupança na vida financeira nos mais diversos domínios. Começar por forçar o seu rendimento à poupança é o primeiro passo, canalizando pelo menos 10% do rendimento disponível ou dos ajustamentos da despesa para este fim.

Efetua Regulamente o Pagamento Mínimo dos Cartões de Crédito

Já por aqui abordamos o impacto do pagamento mínimo no cartão de crédito e como esta decisão financeira pode simplesmente consumir dezenas, centenas, senão milhares de euros ao longo de um determinado período de tempo. Na verdade cada vez mais os bancos têm vindo a utilizar esta forma de financiamento rápido para alavancar as suas margens financeiras. Quando um cliente começa a suportar juros no cartão de crédito, mesmo sendo esta decisão tomada em consciência, o que se pode concluir é que existe desorganização financeira.

Regra geral, o recurso ao cartão de crédito acontece naturalmente, no entanto, a necessidade de amortizar a divida em parcelas ou pelo mínimo acontece por impossibilidade de pagar a totalidade e assim beneficiar da ausência de juros. A grande maioria dos casos onde tal acontece é revelador de desorganização financeira.

A forma mais simples de solucionar tal decisão financeira é assumir o cartão de crédito com um inimigo da sua estabilidade financeira e inutiliza-lo rapidamente. Olhar para a divida contraída com uma responsabilidade e ajustar toda a sua disponibilidade financeira para a liquidação célere da divida, visto que os ganhos a curto prazo ascendem, na maioria dos casos, mais de 20% ano.

Está a Fazer Pagamentos com o Cartão de Crédito

Conheço inúmeros casos de descontrolo financeiro via excesso de crédito, não em montante, mas em quantidade de operações. Por vezes possuir 200 000 euros de crédito não é tão consumidor de esforço financeiro mensal do que possuir 4 operações de 25 000 euros. Tudo depende dos prazos, da finalidade do crédito e da sua organização.

Quando se recorre a crédito para saldar crédito, quer seja mediante uma nova operação ou mediante a alteração contratual de uma existente significa que financeiramente existe descontrolo. É certo que existem casos e casos, mas mesmo os casos mais particulares com características únicas, revelam falta de planeamento em matéria de necessidades individuais ou familiares de crédito.

A solução nestes domínios passa pela negação total da utilização de crédito para saldar crédito. Assumindo que qualquer necessidade financeira deve ser combatida recorrendo aos mecanismos existes nos bancos ou regulamentados pelas Entidades Competentes.

A carência de capital, o alargamento de prazo, são exemplos de renegociações com vista à diminuição do peso da divida. Quando tal não é completamente possível devido ao excesso do numero de processos de crédito, a consolidação é definitivamente o caminho a tomar.

Ainda não existe regulamentação que obrigue as Instituições Financeiras à consolidação de divida como medida extrajudicial de resolução de incumprimento. Poderá ser o próximo passo para a protecção do devedor em caso de incumprimento, até porque e repito, a grande maioria dos casos de descontrolo financeiro deve-se à quantidade de créditos e não ao valor dos créditos.

Já está numa Situação de Descontrolo?

Se já se encontra em situação de descontrolo financeiro não hesite e entre já em contacto com um dos nossos consultores. Faça uma consulta de diagnóstico financeiro gratuita e veja como podemos ajudar a equilibrar as suas finanças.

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