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Um dos indícios mais frequentes que alguma coisa vai correr mal nas finanças pessoais é quando alguém diz sobre as suas contas: “ prefiro nem saber ”! Perguntamos quanto gastou nas compras de Natal e respondem que preferem não saber para não ficar deprimido.

Ou seja, fomos gastando o dinheiro conforme o que encontrámos e demitimo-nos de fazer contas à vida. Por vezes, até começamos a época de Natal com o bom propósito de ter um orçamento familiar estipulado, mas depois começamos a deixar de ser fieis ao estabelecido e a lista que tínhamos escrito fica fora de uso.

Cuidado Com O Descontrolo

Esta situação é grave quer se tenha muito ou pouco dinheiro. Se tivermos muito é grave porque demonstra um descontrolo na forma como queremos gastar o dinheiro. Se tivermos pouco dinheiro é duplamente grave porque provavelmente estamos a viver com recurso a crédito. Não que o crédito seja um mal em si, mas porque neste caso seria um crédito “à pressão” que nem nos permite acautelar a vida para essas novas responsabilidades.

Crédito Ao Consumo Continua A Crescer

Esta semana, o Banco de Portugal divulgou que o crédito ao consumo cresceu 18% face ao ano anterior. Ou seja, os portugueses sentem que o aparente alívio da austeridade abre espaço para consumir mais através do recurso a financiamento bancário. As instituições de crédito agradecem e os devedores sentem-se mais poderosos, mas será que é mesmo assim?

Se queremos ter uma relação saudável com o crédito e se queremos ter domínio sobre a forma como gastamos o nosso dinheiro, não podemos ter expressões do género “prefiro nem saber”.

Acredite que ter um Orçamento Familiar e saber ser fiel ao estabelecido irá proporcionar mais liberdade e bem estar financeiro. Desta forma, deixamos de estar “escravos” das dívidas e damos valor ao que realmente somos, sem pôr nas aparências as nossas seguranças. O desconhecimento da nossa realidade não traz qualquer felicidade.

O Descontrolo Vai Acabar Em Sacrifício

Uma última nota. Podemos “preferir nem saber” porque dá trabalho ou porque exige algum controlo. No entanto, não devemos esquecer que as nossas decisões vão ter consequências a médio prazo. Podem ter consequências pouco expressivas, mas podem induzir situações de endividamento crónico que é fundamental atacar o quanto antes.

Nota: Adaptado de Crónica no Jornal Destak

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