Quando um casal engravida num momento de aperto financeiro é comum ouvir aquela frase de consolo: “onde comem dois, comem três”. Esse ditado popular insinua que uma pessoa a mais na casa não faz tanta diferença assim. Será?
Na teoria pode até fazer sentido quando pensamos apenas nos custos com alimentação, mas na prática não funciona dessa forma. A verdade é que a chegada de uma criança aumenta sim as despesas familiares.
O novo integrante da casa vai precisar de roupas, berço, consultas médicas periódicas, leite infantil em alguns casos, entre outros elementos que muitas vezes nem passa pela cabeça dos futuros pais, até vivenciarem o dia a dia com um bebê. Por isso, o planeamento financeiro deve começar o quanto antes.
Tenha uma reserva de emergência
Criar um filho com as contas esticadas é sempre um grande risco. Eles podem adoecer e/ou precisar de algum recurso financeiro inesperado a qualquer momento. Portanto, ter um fundo de emergência é um critério básico. Se você já deseja ter um filho em breve, o ideal é começar a planear antes mesmo de engravidar. Para os casais que foram apanhados de surpresa pela vinda do bebé, comece a separar esse dinheiro assim que descobrir a gravidez. O recomendado é que seja guardado 10% do rendimento mensal do casal para emergências. Dessa forma, quando seu filho chegar, pode ficar um pouco mais tranquilo em relação a qualquer imprevisto.
Lembrando que a reserva não deve ser usada para pagar gastos com o enxoval ou consultas médicas pré-natal, por exemplo. Essas despesas já devem estar no planeamento familiar. A reserva é um extra que não pode ser mexido, a não ser, é claro, para emergências.
Repense as prioridades da família
Todos os pais devem concordar que a chegada do filho muda todas as prioridades da família, pelo menos por um tempo. Ser responsável pela criação de um novo ser faz com que os pais sejam mais cautelosos e repensem os próximos passos, especialmente os financeiros. Para conquistar novas metas, mais do que nunca, é preciso traçar planos. O novo integrante pode exigir atitudes que não estavam na rota.
Será que fazer aquela viagem é realmente mais importante do que um carro mais confortável e seguro para levar sua família no dia a dia? Ou será que comprar o carro dos sonhos é mesmo necessário agora, quando na verdade você precisa mesmo de mais espaço em casa? Cada família sabe da sua realidade e das suas necessidades. Nesse momento, cada novo investimento deve ser pensado e tomado com cautela, considerando os próximos anos de todos os integrantes da casa.
Faça o enxoval com calma
Não precisa de comprar todos os itens da lista nos primeiros meses de gestação. A verdade é que nem vai usar a maioria deles, sendo um dinheiro atirado fora. Este valor poderia ter sido guardado para investir no futuro da criança ou mesmo ser colocado na reserva de emergência da família. Fazer o enxoval é um dos passos que mais exige cautela dos pais. Portanto, faça orçamentos ao longo dos meses e procure por ofertas mais atrativas, pois existem diferenças de preço nos itens do enxoval.
Não caia na conversa de lojas de bebé que lhe quer vender uma lista imensa de produtos. É consenso entre os pais que a banheira para bebé é um item que compensa o investimento, já que ela é usada diariamente por um longo período, independente da situação, todo bebé precisa de uma. Assim como esse utensílio, os pais devem analisar se o valor pago é justo pela real utilidade do objeto. Nesse sentido, será que você vai realmente usar um aquecedor de biberons para compensar o valor gasto? E se a mãe constatar após o nascimento que a amamentação foi mais tranquila do que esperava e o bebê não precisa de complemento com biberão?
Espere que o bebé nasça para fazer alguns investimentos de acordo com a necessidade. E claro, converse com outros casais que se tornaram pais há pouco tempo, eles podem trazer uma noção real do que é útil no dia a dia.