Atualmente, ser um investidor está à distância de um simples clique! A tentação de obter dinheiro rápido ou de forma fácil, leva a que não raras as vezes o nosso dinheiro seja mal aplicado.
Grande parte dos portugueses continua a ter o dinheiro parado em contas a prazo que rendem pouco, com taxas inferiores à inflação. Já pensou em como isso afecta as suas finanças pessoais? Na prática, as poupanças perdem valor real, e o poder de compra diminui.
Ainda assim, há boas notícias para quem ainda consegue poupar. Após quase dois anos a subir drasticamente, a inflação parece estar a dar tréguas. O Banco de Portugal prevê para este ano uma taxa de inflação de 2,5%, ou seja, um valor abaixo da inflação do ano passado (4,3%).
Por outro lado, ainda encontra no mercado depósitos a prazo com taxas próximas de 4% brutas.
Os títulos de dívida do Estado já foram uma solução mais interessante, pois a nova série dos Certificados de Aforro apresenta um rendimento mais baixo. Os seguros de capitalização escasseiam e raramente superam os melhores depósitos. Assim, a solução pode passar por investir o dinheiro a longo prazo em produtos com algum risco, mas com um rendimento potencial superior.
Índice
- Qual o perfil de um bom investidor?
- 10 conselhos para investir bem o seu dinheiro
- Pague as suas dívidas
- Informe-se no lugar certo
- Comece a poupar para a reforma o mais cedo possível
- Defina um plano de poupança
- Crie uma reserva de emergência
- Tenha em conta a inflação
- Seja um investidor com conhecimento de causa
- Invista em entidades e produtos diferentes
- Aplique apenas dinheiro que não lhe faça falta
- Escolha produtos financeiros de acordo com as suas necessidades e perfil
Qual o perfil de um bom investidor?
Em primeiro lugar, se quer ser um investidor bem-sucedido, deve:
- Determinar os seus objetivos;
- Saber qual o seu perfil de investidor;
- Ser uma pessoa organizada e paciente;
- Definir qual a quantia que pode investir;
- Informar-se sobre o assunto e manter-se atualizado;
- Escolher uma entidade financeira credível;
- Ter controlo das suas finanças;
- Apostar na diversificação de investimentos;
- Pensar a longo prazo;
- Por fim, saber analisar os resultados.
Por outro lado, para uma boa gestão das finanças pessoais, há dois tipos de poupança fundamentais:
- uma poupança de curto prazo, com a criação do fundo de emergência para fazer face a imprevistos que vão surgindo;
- e uma poupança de longo prazo, com a constituição de um pé-de-meia que sirva, no futuro, de complemento à pensão de reforma.
Em seguida damos a conhecer algumas dicas para ser um investidor de sucesso.
10 conselhos para investir bem o seu dinheiro
Conforme já referido, investir bem implica ter vários cuidados e algum conhecimento técnico. Se tiver em conta as 12 dicas que indicamos de seguida, ficará mais próximo de ganhar dinheiro com os seus investimentos. Tome nota:
Primeiro pague as suas dívidas
Não vale de nada poupar se, por outro lado, tem dívidas a pagar. Como diz o velho ditado popular: “estaria a trabalhar para aquecer”. Obviamente que, nesta análise, não incluímos empréstimos de longo prazo (crédito habitação) mas sim pequenos créditos que prejudicam mensalmente os orçamentos familiares.
Note que, a sua poupança crescerá sempre a um ritmo inferior ao das suas dívidas, por isso livre-se delas!
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Informe-se no lugar certo
No que toca a “gastar dinheiro”, toda a gente opina, mas poucos são os que têm conhecimento de causa. Tenha cuidado com os conselhos, sejam de amigos ou até do seu gestor de conta.
Muito embora, possam não ser dados com qualquer tipo de maldade, não são a fonte mais credível e isenta, nem conhecedora do mercado. Por exemplo, muitos esquemas piramidais são promovidos pelos amigos. Por outro lado, cresce a um ritmo acelerado o número de influenciadores digitais que dão conselhos também na área das finanças.
Importa referir que, os analistas financeiros independentes devem ser credenciados pela CMVM e, infelizmente, há cada vez mais pessoas não habilitadas a dar aconselhamento financeiro online.
Comece a poupar para a reforma o mais cedo possível
Se puder subscrever um PPR, faça-o o quanto antes. E porquê? Em primeiro lugar, é expectável uma diminuição substancial do valor das reformas a partir da década de 50. Por outro lado, terá mais anos de poupança e pode assim beneficiar do efeito de capitalização. Além disso, pode investir em produtos com maior percentagem de ações (mais risco) e potencialmente mais rentáveis.
Se já tem um PPR, analise a sua rentabilidade e caso a mesma não seja satisfatória, transfira-o.
Leia ainda: PPR – Como escolher um PPR
Defina um plano de poupança
Se pensa em poupar o que sobrar no final do mês, começa logo mal! Afinal de contas, o dinheiro não é infinito e desaparece num “piscar de olhos”. O ideal, é definir uma periodicidade e um montante todos os meses a aplicar num produto de investimento. Por exemplo, pode programar transferências automáticas para evitar o “esquecimento”. Olhe para esta quantia que põe de lado como um investimento pessoal, de que irá usufruir no futuro.
Leia ainda: Onde aplicar as suas poupanças de emergência?
Crie uma reserva de emergência
Talvez a mais importante de todas, antes de investir, principalmente se for num ativo de risco, deve ter uma reserva financeira. Em outras palavras, deve ter uma “almofada financeira” de pelo menos 6 salários – este é o montante que os especialistas financeiros aconselham a ter para fazer face a algum imprevisto. Lembre-se que, neste caso, pode até perder dinheiro e se não tiver uma reserva, terá de recorrer ao cartão de crédito suportando taxas de juro elevadas (em regra, de dois dígitos).
Leia ainda: Guia para constituir fundo de emergência
Tenha em conta a inflação
O dinheiro parado não rende! Mas não é só! Com a inflação que, regra geral, temos tido nos últimos tempos, o mais certo é perder poder de compra. Ou seja, se a inflação for superior ao rendimento dos seus ativos, significa que o seu dinheiro está a perder valor. Se esta situação se verificar a longo prazo, tem um problema financeiro grave. Por isso já deve ter ouvido esta expressão: “o dinheiro cada vez vale menos”. Ter muito dinheiro à ordem é um mau ato de gestão financeira, é sempre preferível investir e preferencialmente em ativos com rentabilidade acima da inflação.
Invista com conhecimento de causa
Nunca faça um investimento num produto que não conhece ou não entende como funciona! Vale mais ter o dinheiro parado do que fazer um mau investimento! Por exemplo, produtos estruturados têm regras que podem ser complexas. Regra geral, são criados de forma a possibilitar ganhos potencialmente interessantes, mas que raramente se verificam. Isto porque, estes produtos estão dependentes da concretização de um conjunto de várias condições. Já sabe, evite esses produtos!
Invista em entidades e produtos diferentes
Não menos importante, é diversificar a sua carteira de investimentos. Significa isto que, não deve colocar toda a sua poupança no mesmo banco ou num mesmo produto. O ideal, de forma a diminuir o risco, é aplicar o seu dinheiro em vários produtos e entidades diferentes.
De preferência, deposite em cada instituição apenas o montante que fica ao abrigo do Fundo de Garantia de Depósitos (100 mil euros por depositante) e Sistema de Indemnização aos Investidores (25 mil euros). Neste caso está sempre salvaguardado, por exemplo, em caso de falência do banco. É uma forma de diminuir o risco.
Aplique apenas dinheiro que não lhe faça falta
Se pretende ser um investidor de produtos com maior risco, por esta altura já saberá que o retorno financeiro é incerto, seja no valor ou no tempo. Assim, e para que não prejudique o seu orçamento familiar, aplique apenas o montante que tem a certeza de que não vai necessitar a curto ou médio prazo.
Se o objetivo é aplicar o seu dinheiro em produtos sem garantia de capital (por exemplo, fundos de investimento ou ações), deve considerar um horizonte temporal acima de cinco anos. Caso contrário, corre o risco de atravessar um período menos bom (por exemplo, com quedas das bolsas), e não terá tempo para recuperar e resgatar o montante que aplicou sem perder dinheiro.
Em suma, precisa de “dar tempo ao dinheiro”, ser paciente.
Escolha produtos financeiros de acordo com as suas necessidades e perfil
Cada pessoa tem o seu perfil e as suas necessidades, seja no que for. Nas finanças é igual! Cada um valoriza uma coisa e precisa de algo que pode não se aplicar a outra pessoa. A disponibilidade financeira e património também não é igual para todos.
Por exemplo, há quem goste de arriscar e há quem prefira “jogar pelo seguro”. O tempo e grau de conhecimento de cada pessoa também influencia a tomada de decisão na hora de escolher um produto para investir.
Em suma, são vários os fatores que influenciam a escolha do produto onde queremos aplicar o nosso dinheiro. E isso, por si só, é diferente em cada um de nós! Escolha sempre o que mais se adequa a si!
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