Nos últimos meses têm-nos perguntado se podemos confiar nos bancos. Se os gestores de conta são confiáveis. A nossa resposta é claramente positiva, mas com cautelas. Neste artigo vamos dar-lhe a nossa opinião e os nossos alertas. Depois, a decisão é sua…
O Negócio dos Bancos é “Simples”
Os bancos não nos fazem favores ao conceder-nos crédito e nós não fazemos favores ao banco ao ser seus clientes. Na realidade, ser cliente de um banco é semelhante a ser cliente de outro negócio qualquer. Isto porque o negócio bancário é um negócio como todos os outros. Um negócio onde os clientes querem pagar o mínimo possível e o banco quer ganhar o máximo possível.
Assumindo esta lógica, temos de perceber que o gestor de conta é um comercial do banco que está lá para satisfazer uma necessidade do cliente ao mesmo tempo que traz faturação para o seu empregador. É uma pessoa como todas as outras. Tem de pagar as suas contas. Tem os seus objetivos de vida e as suas ambições profissionais.
Por que não escolher um gestor independente?
Em Portugal não está muito democratizada a noção de gestor independente. Isto porque achamos que não devemos pagar por serviços de qualidade e prestados de forma isenta de conflitos de interesses. Infelizmente, preferimos o serviço gratuito dos gestores de conta da banca tradicional… porque é gratuito.
Existem inúmeros consultores financeiros de confiança na recomendação de produtos e estratégias de investimento. Se não quiser pagar por este serviço terá de se contentar com os gestores de instituições financeiras que sejam especializadas no campo dos investimentos. O mesmo será dizer instituições que têm uma oferta de produtos financeiros abrangente e não exclusiva. Em Portugal estas instituições são conhecidas como os supermercados financeiros. Bancos que possibilitam a compra de produtos de centenas de bancos e gestoras internacionais.
Como Ter uma Boa Experiência a Investir?
Para ter uma boa experiência no campo dos investimentos tem de assumir as rédeas desde o início. Não pense que é o gestor que vai tomar as decisões por si. É certo que este poderá induzir determinada direção e pode ser bastante persuasivo. No entanto, não só cabe ao cliente a decisão final (com as coisas positivas e negativas) como também é fundamental que este faça uma análise aprofundada antes de tomar as suas decisões. Isto poderá passar por:
- Conhecer todos os produtos que se propõe comprar. O ponto de partida será analisar a Ficha de Informação Normalizada (FIN) para ter uma fotografia genérica do fundo;
- Conhecer todos os riscos e potencialidades dos produtos que lhe são propostos;
- Conhecer os custos e comissões associadas (foque-se na redução de comissões. Quanto menos pagar maior será o seu retorno);
Nunca se esqueça…
Quando se esquece de que é o responsável pelas suas decisões… irá ter uma péssima experiência. É certo que o seu consultor pode ser alguém da sua confiança pessoal mas mesmo nesses casos tomar decisões de forma cega pode prejudicar a sua carteira e a sua amizade. E isto é fácil de perceber. Quando as coisas correm bem nós somos os maiores. Quando correm mal a culpa é sempre dos outros.
Por Onde Começar?
Sugerimos que leia o nosso artigo “Investir, por onde começar” que lhe dará algumas bases para o início do seu caminho. Sugerimos também que conheça os nossos artigos sobre certificados de aforro (bons produtos sem risco) e Obrigações do Tesouro Rendimento Variável (maus produtos de investimento). Confia no seu gestor de conta para o aconselhar? Partilhe connosco as suas ideias.