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Temos escrito sobre o FIRE e sobre rendimentos passivos porque cada vez mais pessoas procuram a independência financeira. Neste artigo vamos às origens, falamos-lhe de rendimentos passivos, rendimentos ativos e das principais formas de obter os primeiros.

Rendimento passivo vs. Rendimento ativo

A diferença entre o rendimento passivo e o rendimento ativo é muito simples. Um rendimento ativo é aquele que necessita do nosso tempo para ser gerado, ao passo que o rendimento passivo é obtido sem esforço e dedicação de tempo da nossa parte. Na prática, o conceito de independência financeira está assente na premissa de que os rendimentos passivos são suficientes para pagar os nossos custos mensais. Ou seja, implica que poderemos deixar de trabalhar que conseguiremos manter o nosso estilo de vida, porque temos o dinheiro a trabalhar para nós.

Como obter rendimentos passivos?

Os rendimentos passivos estão muitas vezes associados aos rendimentos gerados por ativos financeiros ou ativos imobiliários. O denominador comum de ambos é que precisamos de um elevado investimento inicial para colocar o efeito bola de neve em funcionamento. Ou seja, para obtermos rendimentos passivos necessitamos primeiro de rendimentos do trabalho que poupamos para gerar rendimentos subsequentemente (podemos ter heranças e outros “bónus”, mas tal é a exceção e não a norma). Adicionalmente, necessitamos de investir esse dinheiro, com risco, para podermos ter maiores níveis de rendimento e entrar no efeito dos juros compostos. Assim, consideremos 3 etapas:

  1. Ganhar dinheiro – A primeira etapa do processo consiste em ganhar dinheiro e aumentar, se possível, a entrada de dinheiro, seja trabalhando mais ou trabalhando melhor;
  2. Poupar dinheiro – Não basta ganhar mais dinheiro. Temos de poupar esse dinheiro. Aqui poderemos ter também o efeito do corte de custos. O importante é aumentar o dinheiro que ganhamos e não gastamos.
  3. Investir – O dinheiro não gasto tem de ser destinado a investimento que venha a gerar um retorno no futuro. De pouco vale poupar se depois não obtemos um retorno pois a inflação dilui o nosso poder de compra.

Exemplos de rendimentos passivos

Existem diferentes formas de obter rendimentos que não exijam (muito) tempo para ser mantidos. Deixamos de seguida alguns exemplos.

Investimento imobiliário

O investimento imobiliário para arrendamento é o exemplo claro do investimento que pode potenciar rendimentos passivos. Os puristas irão dizer que este não é bem um investimento passivo, na medida em que implica a gestão do arrendamento e do inquilino. No entanto, diz-nos a experiência que uma boa escolha de inquilinos irá reduzir significativamente o tempo despendido.

Comprar imóveis para arrendar é uma tarefa extraordinário e tem-nos dado um enorme prazer ver que podemos oferecer uma casa com boas condições a uma família a um preço razoável. Desengane-se quem pensa que precisamos de muito dinheiro para comprar um imóvel. Aliás, no nosso livro Guia do Investimento Imobiliário mostramos alguns exemplos de investimentos que fizemos, tendo 2 deles exigido menos de 10.000€ de capitais próprios.

Para ter uma ideia do potencial deste investimento, pense na compra de um imóvel de 100.000€ que é financiado em 20% por capitais próprios e 80% com recurso ao crédito habitação. Para efeitos de simplificação ignoremos os custos e os impostos. Imaginemos que arrendamos este imóvel por 5.000€ por ano, já depois de custos e pagamento do juro do crédito. Logo, o retorno que temos dos capitais investidos por nós é de 25% ao ano (5.000 / 20.000). No livro que referimos temos exemplos de imóveis que nos custaram perto de 30.000€ em Lisboa (sim, conseguimos).

Investimento Financeiro

Um segundo ativo que tende a gerar rendimentos periódicos são os investimentos em ativos financeiros. Compramos ações, obrigações ou fundos de investimento que têm dois tipos de rendimentos:

  1. Dividendos e cupões, rendimentos periódicos que poderemos depois reinvestir;
  2. Valorização dos ativos, embora possamos ter também desvalorizações.

O investimento em ativos financeiros envolve algum conhecimento acrescido, na medida em que necessitamos de definir uma estratégia e depois sermos criteriosos e rigorosos em seguir esta mesma estratégia. Neste contexto, sugerimos que opte por aplicações de investimento coletivo, como os fundos de investimento, os PPR ou os ETF, de modo a diversificar risco a partir de montantes baixos de investimento.

Comissões

Uma terceira fonte de rendimento passivo que poderá exigir algum investimento inicial é o aproveitamento da nossa rede de contatos para gerar comissões de vendas em parceiros de negócio. Um exemplo neste contexto poderá ser um acordo com a nossa mediadora de seguros para a referenciação de clientes. Imagine dispor de uma carteira de seguros que lhe renda um rendimento periódico enquanto os seguros dos seus familiares e amigos estiverem ativos?

Royalties

Uma quarta fonte de rendimento passivo está associada a direitos de propriedade intelectual. Poderá parecer impossível de obter, mas existem muitas pessoas que acabam produzindo conteúdos que depois lhes geram rendimentos. Exemplos destes conteúdos são os livros (por exemplo, na Reorganiza já escrevemos 6 livros), formações que possamos montar, especialmente relevantes se forem gravadas (existem inúmeras plataformas para revenda destes conteúdos), venda de direitos sobre fotografias ou sobre músicas. Tudo dependerá das suas características e competências. Tenha em mente que vivemos numa economia global, pelo que facilmente poderá vender os seus conteúdos noutros países.

Redes sociais e sites

Uma última ideia prende-se com o aproveitamento do potencial das redes sociais e dos sites. Imagine que tem gosto em escrever ou em desenvolver as suas redes sociais. O “segredo” é ter tráfego ou seguidores a quem poderá vender algum produto ou serviço ou que lhe possam dar os seus contatos para revenda. Por exemplo, existem sites que monetizam o seu tráfego para venda de leads a outras empresas ou os ditos influenciadores que ganham muito dinheiro para colocar uma marca nas suas publicações. Claro que este tipo de rendimento já dá mais trabalho, embora o retorno possa ser duradouro no tempo (um artigo escrito há 12 meses poderá continuar a gerar rendimento).

Porquê procurar rendimentos passivos?

A busca de rendimentos passivos pode ser vista, numa primeira fase, como obtendo um rendimento extra. Este rendimento poderá ser agregado ao rendimento ativo para o reforço de uma carteira de investimento que no futuro permita atingir a independência financeira. No processo, irá aprender muito e crescer enquanto pessoa e enquanto investidor e certamente que acabará valorizando muito mais o processo do que o objetivo final.

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